Monetização, exploração de menores e redes de pedofilia: entenda denúncias feitas por Felca
13/08/2025
(Foto: Reprodução) Felca é Youtuber e influenciador; Ele denunciou Hytalo Santos
Youtube
A discussão sobre exploração e abuso de crianças e adolescentes ganhou força nesta semana após a repercussão do vídeo “Adultização”, publicado pelo youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca.
No vídeo, Felca acusa o influenciador paraibano Hytalo Santos de exploração de menores, além de citar outros casos que considera preocupantes. O g1 entrou em contato com a defesa de Hytalo Santos, que não respondeu até a última atualização desta reportagem.
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Com mais de 100 vídeos publicados, Felca é conhecido por reagir a conteúdos de outros criadores, indo de temas leves, como o lançamento de produtos por influenciadores, a análises sobre figuras polêmicas. Neste último trabalho, ele criticar a falta de proteção a crianças e adolescentes nas redes sociais.
Veja os principais pontos levantados pelo vídeo
Monetização e exposição – Felca explica o funcionamento dos algoritmos nas redes sociais e mostra como o sistema de monetização das plataformas contribui para a ocorrência de crimes contra crianças e adolescentes. Ele critica a onda dos chamados “empresários mirins” e perfis de crianças e adolescentes com discurso “coach”, que pregam riqueza rápida e desvalorizam o estudo formal.
Hytalo Santos e Kamylinha – Felca aponta este como um dos casos mais graves de exploração infantil. Ele acusa o influenciador de tirar adolescentes da casa dos pais para irem morar com ele, além de expor, de forma sexualizada, jovens de 14 e 15 anos. Kamylinha teria começado no ciclo aos 12 anos e, segundo Felca, passou a ser tratada como “produto” para gerar engajamento, chegando a fazer implante de silicone aos 17 anos e a aparecer em conteúdos com bebidas alcoólicas e roupas sugestivas.
O influenciador é investigado, desde 2024, pelo Ministério Público após uma denúncia feita a partir do Disque 100. A denúncia relatava uma possível exploração de crianças e adolescentes por meio de danças com conotação sexual. A conta de Hytalo Santos saiu do ar no Instagram, mas, até a última atualização desta reportagem, não havia a confirmação de que isso tenha relação com a denúncia feita por Felca.
Como funcionam as redes de pedofilia – Felca explica que algoritmos das plataformas recomendam conteúdos de acordo com curtidas, compartilhamentos e tempo de visualização, facilitando que criminosos encontrem material sexualizado de menores. Ele destaca que a idade mínima para criar um perfil é de 13 anos, mas sem garantias reais de proteção.
Código entre criminosos – O influenciador afirma que pedófilos usam códigos para o termo “trade” (“troca”, em inglês) para compartilhar imagens de crianças e adolescentes. O youtuber faz um alerta aos pais para ficarem atentos a comentários com essa palavra, além de outros símbolos, pois indicam tentativa de troca de conteúdo ilegal.
Ambiente adulto para menores – O influenciador também critica a exposição de adolescentes a festas, álcool, comportamentos sexualizados e outros adultos que não são responsáveis por eles.
Consequências psicológicas – O youtuber alerta que abusos e exposição precoce à sexualidade podem gerar traumas duradouros, incluindo transtornos de ansiedade e depressão, estresse pós-traumático, transtornos de personalidade, dissociativo e alimentares.
Caso Bell para Meninas – Felca relembra que, em 2019, um canal no YouTube expôs de forma vexatória uma criança/adolescente, identificada como Bell. Segundo Felca, a mãe fazia brincadeiras humilhantes, mesmo diante da recusa da filha. Em um dos vídeos, a menina resiste a vestir determinada roupa, e a mãe pergunta — de maneira quase imperceptível — em tom de ameaça, se ela “quer apanhar”. Órgãos de proteção à infância intervieram, e houve ação judicial para retirada da guarda.
Caso Karolyne Deher – O vídeo também chama atenção para o caso do canal que começou com vídeos de dança publicados pela adolescente em um perfil administrado pela mãe. Segundo o youtuber, era perceptível os inúmeros comentários de cunho sexual nas postagens. A mãe teria criado um canal pago (VIP) para vender imagens explícitas da filha, que tinha 14 anos à época. Conteúdos íntimos e com outros homens foram divulgados, e grupos de pedofilia passaram a ter acesso.
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